Módulo 1: Estudos Críticos de Segurança: Oriente Médio e Brasil – Perspectivas Globais e Comparatistas

  • Fernando Brancoli (UFRJ)
  • Gisele Fonseca Chagas (UFF) 
  • Omar Dahi (Hampshire College) 
  • João Trajano (UERJ)

Fernando Brancoli (UFRJ)

Título: Desafiando Fronteiras e Paradigmas: O Papel dos Estudos Globais na Compreensão de dinâmicas transnacionais e estratégias s de Resistência

Resumo: A apresentação abordou a importância crescente dos estudos globais como um instrumento valioso para descompactar e analisar os desafios multifacetados do sistema internacional contemporâneo. A argumentação central destacou que a abordagem dos estudos globais oferece um arcabouço teórico que vai além das demarcações tradicionais, como as que distinguem entidades estatais de não estatais e dinâmicas internas de externas. Por exemplo, ao aplicar essa lente ao exame do populismo e autoritarismo, torna-se possível compreender esses fenômenos não apenas como manifestações nacionais, mas também como parte de uma tapeçaria global interconectada, moldada por variáveis locais e internacionais.

Além disso, os estudos globais fornecem um meio de analisar formas complexas de interação entre uma gama diversificada de atores internacionais e transnacionais. Ao fazê-lo, essa abordagem pode iluminar redes e alianças que outros métodos analíticos podem negligenciar. No contexto da apresentação, isso foi exemplificado por meio de uma análise crítica da relação entre grupos autoritários no Brasil e em Israel. Através da lente dos estudos globais, é possível perceber não apenas as táticas e estratégias compartilhadas, mas também como essas entidades podem estar inseridas em uma rede mais ampla de influências e interesses.

De igual importância foi o destaque dado às formas de resistência e movimentos de autonomia. Os estudos globais, segundo a apresentação, permitem que se observe como grupos em diferentes geografias, incluindo o Brasil, colaboram e se articulam em práticas de resistência que são simultaneamente locais e globais. 

Dentro dessa lógica, reforcei o valor de compreender esses movimentos não apenas em termos de oposição, mas como entidades que propõem alternativas viáveis e estratégias de transformação. Por exemplo, os movimentos sociais que buscam justiça ambiental ou igualdade de gênero frequentemente fazem uso de plataformas digitais para coordenar ações e disseminar informações de maneira transnacional. Isso ressalta a importância de analisar a resistência dentro do contexto mais amplo de uma “política global de contestação”, onde as fronteiras geográficas e identidades nacionais são permeáveis e em constante fluxo.

Em suma, os estudos globais emergem como uma ferramenta indispensável para uma análise robusta e multidimensional dos acontecimentos no palco internacional, permitindo uma compreensão mais sofisticada e abrangente que outras abordagens podem falhar em fornecer.

Bio: Professor Associado nas áreas de Relações Internacionais, Defesa e Segurança,  na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), incluindo o Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID-UFRJ) e a Escola de Pós-Graduação em Administração de Empresas da COPPEAD. É Fellow no Instituto de Estudos Avançados (SPSS) em Princeton, EUA (2021-2023) e Pesquisador Associado no Centro Orfalea para Estudos Globais na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA.

Gisele Fonseca Chagas (UFF) 

Título: Islã, gênero e fluxos transnacionais entre Brasil e Oriente Médio

 

Resumo: Nesta apresentação, busca-se discutir como debates globais em torno de questões sobre gênero e islã são atualizados e vivenciados em dois contextos distintos de trabalho de campo etnográfico com mulheres muçulmanas, no Brasil e na Síria. O intuito é apresentar formas de ativismo, seja religioso ou por direitos, em que mulheres muçulmanas se engajam a partir de preceitos islâmicos e, com isso, produzem um islã transnacional e feminino.

 

Bio: Gisele Fonseca Chagas possui graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), mestrado (2006) e doutorado (2011) em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (RJ). Atualmente é professora Adjunta III do Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense. É vice-coordenadora do Núcleo de Estudos do Oriente Médio (PPGA/UFF), com pesquisas nas áreas de Antropologia da religião/Islã, tendo realizado trabalho de campo etnográfico em comunidades muçulmanas no Brasil e na Síria, com ênfase em questões sobre conhecimento e a construção de autoridades religiosas no islã, sufismo, gênero e etnicidade.Editora da Antropolítica: Revista Contemporânea de Antropologia. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, nível 2 e Bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado (Faperj).

Omar Dahi (Hampshire College)  

Título: Critical Security Studies & Global Studies in the Middle East

 

Resumo: Omar Dahi started by speaking on what It means to be thinking of research in the Middle East from a Global Studies perspective and offered some ways in which Global Studies challenges traditional approaches to Middle East research. It challenges the methodological nationalism that marks the teaching of the Middle East in courses and textbooks, that the Middle East is an exceptional place, behind or exempt from global processes. Omar highlights this through his work on the Beirut School of Critical Security Studies – an attempt to create alternative infrastructures of knowledge production; his work at Security in Context – taking the work of the Beirut School and engaging in South-south engagement, taking the work in a cross and trans regional direction; and research on Syrian War Economies with the Syrian Center for Policy Research.

 

Bio: Omar S. Dahi is interim vice president for academic affairs and dean of faculty and professor of economics at Hampshire College. He is the founding director of Security in Context, an international research initiative on global affairs. He has published in academic outlets such as the Journal of Development Economics and Applied EconomicsSouthern Economic JournalPolitical GeographyMiddle East ReportForced Migration Review, and Critical Studies on Security. His last book was South-South Trade and Finance in the 21st Century: Rise of the South or a Second Great Divergence (co-authored with Firat Demir). Dahi serves as an associate editor of the Review of Social Economy as well as the e-zine Jadaliyya and has served on the editorial committee of the Middle East Report. He is a founding member of the Beirut School of Critical Security Studies within the Arab Council for the Social Sciences (ACSS). Dahi has served as a lead expert on the United Nations Economic and Social Commission of West Asia’s National Agenda for the Future of Syria program.

João Trajano Sento-Sé (UERJ)

Título: Dualismos morais e sincretismo epistemológico: localismos, globalismos e as gramáticas públicas que nomeiam violência, crime e segurança

 

Resumo: A retórica da guerra às drogas tem sido um fator importante para a construção de padrões discursivos que conferem uma aparente legitimidade a políticas de segurança ineficazes, discricionárias, racistas, classistas e pautadas, enfim, pelo uso excessivo da força. Entender adequadamente esses padrões discursivos é decisivo para se desconstruir uma estrutura que reproduz práticas políticas autoritárias que têm sido um obstáculo poderoso para a consagração da ordem democrática fundada na égide do direito no Brasil contemporâneo. 

 

Há nas abordagens para a segurança pública fundadas na retórica da guerra dois aspectos aparentemente contraditórios. Por um lado, as questões relativas à segurança são tratadas como problemas internos aos estados nacionais, que devem ser enfrentados através de repressão a grupos armados vinculados ao comércio varejista de drogas, o que legitima e reforça as ações violentas das forças públicas nas áreas mais pobres e periféricas das cidades grandes e médias. Essa perspectiva ignora, assim, os aspectos transnacionais implicados nas redes de comércio ilegais de armas e drogas. Por outro lado, tal abordagem se articula e se legitima discursivamente em redes internacionais, fundando-se em dualismos morais pelos quais os diferentes contextos sociais são cindidos entre partidários da ordem e segmentos perigosos, incluídos entre os últimos aqueles que se batem em defesa dos direitos humanos.

 

As análises sociológicas críticas a tais registros e dinâmicas discursivas têm se concentrado predominantemente nos aspectos domésticos das abordagens mencionadas acima. Seguem, assim, boa parte da tradição sociológica dedicada aos temas da violência, crime e segurança.  Ao investigarmos os mecanismos de construções discursivas legitimadoras das políticas em curso, ampliamos o arco de estudos tentando identificar o que chamamos de “províncias discursivas” que se entrelaçam num plano global, configurando um dos principais desafios aos projetos de democratização política contemporâneos. Não sendo delimitadas por fronteiras nacionais ou mesmo regionais, tais províncias se cruzam, se articulam e se compõem, formando focos poderosos de irradiação de moralidades que, nos planos locais, reforçam estigmas morais e subalternizações de vários tipos.

 

Bio: João Trajano possui graduação em Licenciatura em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987), graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985), mestrado em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (1992), mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989) e doutorado em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (1997). Atualmente é professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Teoria Política Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: violência, cultura política, segurança pública, nacionalismo e políticas públicas.

Módulo 2: Circulações, Diásporas e Pós-Colonialidade

 

  • Vinicius Kauê Ferreira (UERJ)
  • Leonardo Vieira Silva (UFF)
  • Long Bui (UC Irvine)  
  • Debanuj DasGupta (UCSB)

Vinicius Kauê Ferreira (UERJ)

 

Título: Circulações acadêmicas globais

 

Resumo: Analiso o desenvolvimento das relações acadêmicas entre Índia e Reino Unido numa perspectiva etnográfica de longa duração. Após uma breve restituição histórica que vai do século 18 e 19 ao início do século 21, abordo três grandes períodos dessas relações – colonial, pós-colonial e contemporâneo – demonstrando como as transformações do campo acadêmico são profundamente ligadas a dinâmicas geopolíticas representadas pela diáspora. Recorro também a uma etnografia dessas circulações a fim de explorar como domínios aparentemente tão distintos da vida social, ou seja, os assuntos oficiais do governo indiano, instituições universitárias britânicas e a mobilização política de professores e pesquisadores indianos no Reino Unido, estão profundamente interligados não só na produção da geopolítica contemporânea do conhecimento na academia, mas também na fabricação de subjetividades políticas. Argumento que o político emerge aqui numa articulação complexa entre ciência, nacionalismo e subjetividades, desempenhando um papel fundamental: (a) na formação de autorrepresentações e sentimentos de pertença entre os acadêmicos indianos baseados na Europa; e (b) na transformação contemporânea da geopolítica do conhecimento em um contexto de globalização da universidade. 

 

 

Bio: Professor no Departamento de Antropologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ. Doutor e mestre em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, França. Pesquisador Associado do Laboratoire d’Anthropologie Politique (LAP) da École des Hautes Études en Sciences Sociales. Desenvolve pesquisas sobre transformações do campo científico global, com ênfase nas circulações acadêmicas internacionais entre Norte e Sul. É editor-fundador da Revista Novos Debates da ABA, co-chair da Commission on Migration da IUAES e co-chair da Task Force on Precarity da WCAA.

Leonardo Vieira Silva (UFF)

 

Título: Uma experiência de luta, existência e resistência: O terreiro Filhos de Oba e as suas contribuições para a pós-colonialidade.

 

Resumo: A partir do tema da mesa Circulações, Diásporas e Pós-Colonialidade, tive como proposta pensar como os povos de terreiro, especificamente os Filhos de Obá na cidade de Laranjeiras-SE, nos fornecesse a materialidade de uma experiência centenária dos três elementos propostos. Visto que ao longo dos seus cem anos de existência o terreiro vem desenvolvendo práticas de resistências e existências, que tomam como ponto de partida a diáspora forçada, que foram submetidos, uma vez que a fundadora do terreiro era uma nagô, oriunda do continente africano. O referido terreiro estabeleceu nas suas práticas um modo de vida que possibilita que há uma circulação dos seus pertencentes entres os grupos étnicos, que compõe a sua configuração, como por exemplo, os Bantu, Jeje, Males e Povos Originários. Esta circulação de vivência, assim como de conhecimento demonstra que este terreiro ao longo dos anos vem possibilitando aos seus pertencentes, amigos e aliados uma construção secular de vivência e resistência pós-colonial, em virtude do seu modo de vida. Esta forma  de viver dos povos de terreiro vem sofrendo atentados ao longo desses séculos, anteriormente pelo Estado, que hoje ainda é protagonista de perseguir os terreiros, entretanto numa nova roupagem. Visto que cristão evangélicos, neopentecostais, se aparelharam do Estado para reificar a perseguição a este modo de vida.

 

 

Bio: Doutorando em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense(2020), Mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (2020) e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro(2014). Integra como pesquisador o Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos-INCT/Ineac-UFF. Membro associado de Pós-graduação da Associação Brasileira de Antropologia. Integra como pesquisador o Diretório de Pesquisa Antropologia Política e Conflitos: pesquisas empíricas sobre burocracias, religiões e mobilizações sociais. Pesquisador do GINGA-UFF. Tem interesse de pesquisa na Teoria Antropológica; Antropologia Política; Antropologia das Populações Afro-brasileiras; Mobilizações sociais; Relações Étnico-Raciais; Intolerância Religiosa; Racismo Religioso; Tecnologia sociais e Inovação.

Long Bui (UC Irvine)

 

Título: Keeping Global Studies Weird

 

Resumo: Long Bui gave a personal presentation telling us of his journey from childhood to professor and about his genuine appreciation for Global Studies as a field and how he personally connects with it. Long’s journey is world building and world making. He found Global Studies through his discovery that he is a world citizen, and praised the filed, saying it allows us to ask what we think the world should look like, not just studying the world as it is.

 

 

Bio: Long Bui is Associate Professor of Global Studies at the University of California, Irvine. His current scholarly interests include the postwar memory of Vietnamese refugees, the politics of higher education, and stereotypes of race/gender/sexuality in the media. He is the author of Returns of War: South Vietnam and Price of Refugee Memory (2018), and Model Machines: A History of the Asian as Automaton (2021). He has published articles on a range of issues like cyberhacking, graphic novels, hip-hop, drag, urbanization, and trade wars. He has a PhD in Ethnic Studies. He teaches classes like Global Apartheid, Global Asias, and Global Cultures.

Debanuj DasGupta (UC Santa Barbara)

 

Título: US immigration, Gender Identity, Sexuality, Asylum & Detention

 

Resumo: Debanuj’s research is about how we find each other, and how do we love and take care of one another. He reminds the audience of the power of storytelling, and that our own life stories are a starting point for theorizing – “theory in flesh.” Debanuj then takes us through his life story of being undocumented, almost dying from HIV and navigating the ruthless US immigration regime led him to a career in research. He talks about memory as a method, recalling his friend writing down his memories of his hospital stay surviving HIV, and how these memories led to theorizations. He retells his sharing of migration, refugee and detention stories with his friend in Argentina, where there are currently many, especially, queer Russian immigrants seeking refugee and asylum status because they are denied in much of the world due to geopolitics. His current project then involves storytelling, drawing maps of the world and comparing where they have been and where their friends are, where their hearts are – this is a new kind of global. He ends by reminding us to not think global in a top-down sense. Think about our own relations, where do you, your family, your food and your culture come from.

 

Bio: Debanuj DasGupta is an Assistant Professor of Feminist Studies at UCSB. Debanuj’s research and teaching focuses on racialized regulation of space, immigration detention, queer migrations and the global governance of migration, sexuality, and HIV. Debanuj serves on the political geography editorial board of the Geography Compass and is Board-Co Chair of the Center for Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender Studies: CLAGS at the City University of New York.  He is the recipient of the Social Science Research Council (SSRC) funded Junior Scholar Award in Transregional Studies: Inter Asian Contexts & ConnectionsGlobal Challenges Research Fund Networking Award, The British Department for International Development, Ford Foundation funded New Voices Fellowship, American Association of Geographers and National Science Foundation funded T. J. Reynolds National Award in Disability Studies, and the International AIDS Society’s Emerging Activist Award. Debanuj’s scholarly work has been published in journals such as Human Geography, Women’s Studies in Communication, Disability Studies Quarterly, Contemporary South Asia, SEXUALITIES, Gender, Place & Culture, Emotions, Space, and Society, and the Scholar and the Feminist (S&F online). She is the co-editor of Friendship As Social Justice Activism: Critical Solidarities in Global Perspective (University of Chicago Press), and Queering Digital India: Activisms, Identities and Subjectivities (University of Edinburgh Press).

Módulo 3: África e Diáspora Africana: Lentes dos Estudos Globais

  • Luena Nascimento Nunes Pereira (UFRRJ) 
  • Alain Kaly (UFRRJ)
  • Osmundo Pinho (UFRB) 
  • Jaime Alves (UCSB)  

Luena Nascimento Nunes Pereira (UFRRJ)

Título: Transformações do Cristianismo: Observando África

Resumo: A apresentação procura apresentar uma visão geral da expansão do cristianismo no continente africano que de modo geral acompanhou a expansão colonial desde o século XIX. Centra-se na reflexão do cristianismo como fenômeno ao mesmo tempo global e local, uma vez que foi veículo da dominação colonial mas também instrumento de reação a esta dominação. Por fim, discute questões em torno da expansão pentecostal, nas últimas décadas, destacando os distintos casos de Moçambique e Angola que desenvolveram dinâmicas próprias frente a IURD, Igreja brasileira muito influente no contexto da África Austral, destacando elementos locais para estas distintas dinâmicas.

Bio: Luena Nascimento Nunes Pereira é Professora Associada da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, é autora do livro “Os Bakongo de Angola: Etnicidade, Religião e Parentesco num bairro de Luanda” além de outros artigos. Fez Pós-Doutorado no CEBRAP/Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, no Kings College/Londres e na UNICAMP. Atua no Departamento de Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRRJ, na Área de Antropologia, com pesquisa nos seguintes temas: Angola, África contemporânea, identidade étnica, nacionalismo, identidade religiosa, relações raciais, marcadores sociais da diferença, ensino de História e Cultura africana e afro-brasileira.

 

Alain Kaly (UFRRJ)

Título: As diásporas africanas e as suas recusas culturais e raciais do ser negro: seus humanismos e humanidades assustadores

Resumo: Alain Kaly talked about how “being Black,” that is any person from the African continent in the Americas or in Europe who starts to be treated as Black or as African, something that simply does not exist within Africa. You are a person. One of many interesting areas he focuses on was the history of ethnic racialization of France started by Louis the Sixth and Napoleon Bonaparte, but this widespread oppressive push to turn Black people this wholly separate segment of society was greatly expanded under Napoleon.

Bio: Alain Kaly é Professor Associado de História e Culturas Africanas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; pesquisador e docente no Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória/UFRJ); Alain kaly também constitui o conselho diretor do Sephis ? the South-South Exchange Programme for the Research on the History of Development, é membro associado do grupo de pesquisa Groupe de Recherche et d?Études sur les Noir-e-s d?Amérique Latine (GRENAL) e Presidente da ONG Vida Brasil. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1995), mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1999) e doutorado em Programa de Pós Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento e Agricultura pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2005). Tem experiência na área das Ciencias Humanas e Sociais, com ênfase em Sociologia e Historia e Cultura Africanas, atuando principalmente nos seguintes temas:estudos africanos, migração, discriminação, identidade, direitos humanos, publicas de acessibilidades a portadores de deficiencia fisica, negritude, colonialismo, civilização, racismo, movimento negro e negro-africano.

 

Osmundo Pinho (UFRB)

Título: Uma Agenda Global para Estudos de Masculinidade Negra

Resumo: Nessa apresentação propomos alguns parâmetros para uma agenda global de estudos em masculinidade negra, levando em conta  1) o capitalismo racial com seus corolários intrínsecos de antinegritude, em associação à gramática do Capital, como forma estrutural para as subjetividades;2) a Ultramodernidade como condição vivida subjetivamente pelos sujeitos através das contradições entre as promessas de emancipação moderna e a concretude material da reprodução social desigual, balizada pela interseção raça, gênero e classe; 3)o Estado colonial racializado e seu investimento possessivo na regulação de gênero. Apresentamos o Projeto Brincadeira de Negão: Subjetividade e Identidade de Jovens Homens Negros, desenvolvido no Recôncavo da Bahia, como estudo de caso, a partir do qual fundamentamos nossa perspectiva crítica. 

Bio: Osmundo Pinho, é antropólogo. Bolsista de Produtividade CNPq 2. Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP). Professor no Programação de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Recôncavo da Bahia em Cachoeira e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Universidade Federal da Bahia em Salvador. Foi pesquisador visitante no Africa and African Diaspora Department Studies da Universidade do Texas em Austin (2014) e Richard E.  Greenleaf Fellow na Latinoamerican Library da Universidade de Tulane em Nova Orleans (2020). É autor de “Cativeiro: Antinegritude e Ancestralidade” (2021), além de outros livros e artigos. Atualmente faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Antropologia como Diretor Regional Nordeste (2023-2024). 

 

Jaime Alves (UC Santa Barbara)  

Título: Améfrica e as dinâmicas geopolíticas da antinegritude

Resumo: Jaime Alves starts by quoting geographer Katherine McKittrick who asks in what way is the historical precedence of anti-Black violence in America spatially connected to our current geographic organization? Jaime then asks us, “what is the place of Blackness in global studies?” a field of knowledge that is so white and Anglo-Saxon. What can blackness offer to an informed and ethically committed historical understanding of unveiling and fighting against geopolitical process of racial domination? Jaime has been trying to answer these questions from what is called Black urbanity in African diaspora.

Bio: Jaime Alves holds a Ph.D. in Social Anthropology from the University of Texas at Austin. Before coming to UCSB, he taught Cultural Anthropology and Latin American Politics at the College of Staten Island of the City University of New York and was a visiting professor in the Center for African Diaspora Studies at Universidad Icesi, in Colombia. He is the author of The Anti-Black City: Police Terror and Black Urban Life in Brazil (University of Minnesota Press, 2018). His publications have also appeared in Antipode: a Radical Journal of Geography, PoLAR: Political and Legal Anthropology, Journal of Latin American and Caribbean Anthropology, and Third World Quarterly, among others. Professor Alves’ current research focuses on the geographies of policing and black spatial insurgency in the urban margins of two Latin American cities. More specifically, he is interested in making ethnographically visible how black life is sustained and lived in the intersections of infrastructural violence, racialized policing practices, and broad urban security dynamics in Santiago de Cali (Colombia) and São Paulo (Brazil). The core of his long-term political project, which he names as Blackpolis/Afropolis, is to identify unapologetic forms of (black) ungovernability comprised by mundane outlawed practices – such as gang territorialities, informal housing settlements, bus fare-evasion, drug-dealing, and countless self-help-initiatives – that challenge the security state and that create conditions for Black sovereignty within antiblack urbanities constituted by/in black (social) death.

Módulo 4: Futuros Indígenas Transnacionais e Lutas Ecológicas Globais

  • Antonio Carlos de Souza Lima (Museu Nacional/UFRJ)
  • Thaddeus Blanchette (Museu Nacional/UFF)
  • Margaret Cerullo (Hampshire College)
  • Glicéria Tupinambá (PPGAS/UFRJ)

Antonio Carlos de Souza Lima (Museu Nacional/UFRJ)

Título: De tutelados a atores globais: povos indígenas e construção de futuros globais possíveis

Resumo: Em sua luta por autonomia e por reconhecimento de direitos étnico-territoriais de autoctonia, os povos indígenas no Brasil vêm trilhando um crescente processo de movimentação política desde os anos 1970. Tal processo que já nasceu conectado aos movimentos indígenas globais. Após a promulgação da Constituição de 1988, e sobretudo da crescente interação entre movimentos indígenas e questões ambientais que se consolidou após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992), com os consequentes grandes investimentos na área socioambiental brasileira e a regularização de terras indígenas na Amazônia, com recursos e cooperação técnica internacional, que previa a ativa participação social de povos indígenas, essa relação se ampliou. Os anos após o golpe jurídico-parlamentar que gerou o impeachment da presidente eleita e a guinada ultraliberal e à extrema direita dos governos de Michel Temer e de Jair Messias Bolsonaro colocaram, com a devastação ambiental estimulada num quadro de graves e intensas mudanças climáticas, impulsionaram ainda mais tais ações de articulação indígena global.  Com a criação por Luiz INácio Lula da Silva em janeiro de 2023 do Ministério dos Povos Indígenas, tal dimensão ganha o cenário dos processos e agências de Estado.

Bio: Antonio Carlos de Souza Lima is a retired Professor of Ethnology and Anthropology at the Museu Nacional, Federal University of Rio de Janeiro, where he still works as a volunteer, teaching and supervising researchers. He is also Visiting Professor of Anthropology at the Graduate Program in Anthropology, Fluminense Federal University. He holds a PhD in Social Anthropology and is a scholar of the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq) and of the Carlos Chagas Filho Foundation for Research Support of the State of Rio de Janeiro (Faperj). He was the coordinator of several projects aimed at promoting indigenous presence in higher education through affirmative action. He conducts research in the anthropology of the state, with an emphasis on indigenist policies, public administration, and international cooperation for development, working closely to Indigenous Movements, as well as in the history of Anthropology in Brazil. He was President of the Brazilian Association of Anthropology (ABA) and was the coordinator of Anthropology and Archeology at the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) 2018-2022.

Thaddeus Blanchette (Museu Nacional/UFF) 

Título: Como o Indigenismo Moderno Nasceu (E porque ele não pegou no Brasil)

Resumo: Nesta apresentação, olharemos para o Comissário para Assuntos Indígenas do governo FDR, John Collier, e seus aliados mexicanos Moises Saenz e Manuel Gamio, e suas tentativas de reformar a administração indígena num plano hemisférico. Em particular, concentrsaremos nos esforços que esses atores desempenharam para recrutar o Brasil para esse projeto e porque esses não deram fruta.

Bio: Thaddeus Blanchette é um Professor de antropologia no Museu Nacional, UFRJ. Seu livro Cidadãos e Selvagens documenta o nascimento de “administração indígena” como campo político e científico nos EUA no final do século XIX e seu subsequente expansão pelo mundo nas primeiras décadas do século XX.

 

Margaret Cerullo (Hampshire College)

Título: Zapatistas stories for dreaming an-other world

Resumo: The pretext of her talk is the recent issuing of a book by the Lightning Collective, of which Margaret is longtime member, formed in 2012 for the purpose of a very fast translation of Zapatista stories into English. We were then given a historical overview of the group, taking us back to 1994 and asking us “What was 1994 like and what did the Zapatista uprising signify in that moment?” Margaret identifies the emergence of the Zapatista movement – Jan. 1 1994 as the same day that NAFTA came into effect, which was to formally bring Mexico into the “first world,” she said. As we know, this time (1994) was one of intensified capitalist expansion and domination and almost unchallenged US hegemony, dominated by a “There is no alternative” narrative. However, the hope and “sound” of the Zapatista uprising is one still heard today. What is powerful about the Zapatista uprising, says Margaret, is that their dream became a global dream for a life of dignity and justice.

Bio: Margaret Cerullo has taught sociology and feminist studies at Hampshire College for 40 years. She has worked in Chiapas with the Zapatista movement since the late 1990smost recently co-editing Zapatista Stories for Dreaming An-Other World  (PM Press, 2022)  She is a member of the Colectiva Protesta, originating at the University of Massachusetts, Amherst in the 2010s, that has been analyzing contemporary feminist protest in the Americas.

Glicéria Tupinambá (PPGAS/UFRJ)

Título: A Luta do Povo Tupinambá

Resumo: Glicéria Tupinambá used a silent video to depict her embrace with her son, aiming to shed light on her people’s struggle for land and recognition. She specifically chose this art form, as she said to “show you the fight of our people and for land and to help people think in a different way, open up a window of possibility and of another perspective and understanding how we think about things.” She spoke to us about her and her people’s fight for recognition by the state, to receive “official” territorial status. She continues, talking to us about the deforestation her people and land have been subjected to. She shows changing maps depicting the loss of greenery, telling us of her people’s loss of access to their own historical lands and waters. She said they needed to take action; action was the only way they would recover their land. Their weapon of choice? A camera. “A video camera, because we wanted to record everything that was happening.” Yet the judicial system rejected them on the basis of their indigeneity. The only response that could come from the law failing you is to resist. And that is exactly what they did, they fought against a months long occupation, and they continue today to recover their lands

Bio: Glicéria Tupinambá, indicada ao Prêmio PIPA 2022 e 2023, é da aldeia Serra do Padeiro, localizada na Terra Indígena Tupinambá de Olivença, no sul do estado da Bahia. Participa intensamente da vida política e religiosa dos Tupinambá, envolvendo-se sobretudo em questões relacionadas à educação, à organização produtiva da aldeia, aos serviços sociais e aos direitos das mulheres. Foi professora no Colégio Estadual Indígena Tupinambá da Serra do Padeiro. Concluiu a Licenciatura Intercultural Indígena no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e está fazendo mestrado PPGAS – Programa de Pós-graduação em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ. Foi presidente da Associação dos Índios Tupinambá da Serra do Padeiro, sendo responsável pela aprovação e gestão de projetos voltados ao fortalecimento da aldeia.

Módulo 5: Sexualidades Globais e Empoderamento de Gênero

  • Ana Paula da Silva (UFF)
  • Laura Murray (UFRJ)
  • Sonia Correa (IBEA)
  • Sonia E. Alvarez (UMass Amherst) & Margaret Cerullo (Hampshire College)
  • Clara Araújo (UERJ) 

Ana Paula da Silva (UFF)

Título: Tráfico de pessoas e mulheres negras: um debate sobre racismo, gênero e políticas de securitização

Resumo: Minha apresentação aqui vai centrar numa análise das políticas sobre o tráfico de pessoas e escravidão moderna, categorias utilizadas para definir fluxos migratórios e mobilidades de pessoas entendidas como ilegais, que supostamente são financiadas e facilitadas por redes de aliciadores e atravessadores, e que tem, provocado uma profunda securitização das políticas dos diversos países e que na prática tem acionado noções históricas criminalizantes quando se trata de corpos e pessoas historicamente marginalizadas e estigmatizadas. Nesse sentido, argumento como os estudos globais são importantes para o entendimento desse cenário. O meu argumento aqui segue o que muitas pesquisadoras e pesquisadores (Silva & Blanchette, Piscitelli, Nieto, Kempadoo, Augustin, entre outros) é que Políticas de Estado implementadas para o Combate ao Tráfico de pessoas e escravidão moderna mais do que defender supostas vítimas de redes de criminosos, ou a despeito de, tem reativado um cardápio de discriminações e desigualdades alimentadas por teorias racialistas  e eugenistas quando se trata dos fluxos migratórios de determinados indivíduos e,  que vem criminalizando as formas de mobilidades.

Bio: Doutora em Antropologia Cultural pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ, (PPGSA/IFCS/UFRJ), onde, defendeu tese que foi publicada em livro em 2014 pela Editora EDUFF, intitulada “Pelé e o complexo de vira-latas: discursos sobre raça e modernidade no Brasil”. Tem mestrado em Sociologia e Antropologia no PPGSA/IFCS/UFRJ, com o título “Menino do Rio: cenários do negro na propaganda” defendida em 2000. Possui graduação (IFCS/UFRJ) e licenciatura em Ciências Sociais (Faculdade de Educação/UFRJ). 

É pós- doutora pela a Universidade de São Paulo (USP) e trabalhou sob a supervisão da Profa. Dra. Laura Moutinho onde desenvolveu a pesquisa, com apoio da FAPESP, intitulada “O que a brasileira tem?: estudo sobre “cor” e sexualidade entre mulheres brasileiras e homens estrangeiros”. Foi integrante do grupo de pesquisa: Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS). Foi integrante do grupo de pesquisa: Núcleo de Estudos sobre marcados sociais da diferença (NUMAS) da USP. Atuou como professora visitante da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Instituto Federal de Ensino Superior (INFES), onde é lotada no Departamento do PCH. Atua nos campos de ensino, pesquisa e extensão na Licenciatura Interdisciplinar da Educação do Campo. É professora do quadro permanente do Programa de Pós- Graduação em Justiça e Segurança do INEAC (PPGJS/UFF). É coordenadora do Núcleo de Estudos Interseccionais- NUDEIN. Atualmente faz parte dos seguintes Comitês da Associação Brasileira de Antropologia (ABA): Comitê de Gênero e Sexualidade, e da Comissão de Diretos Humanos. 

 

Laura Murray (UFRJ)

Título: Puta conhecimento: Muito para aprender e algumas pistas sobre como produzir a partir de processos colaborativos e criativos

Resumo: One of the main questions that Laura attempted to answer in her presentation was how to produce narratives and images again against hegemony in a context of prostitution that is surrounded by moral panic, violence and social inequality through co-creation, collaborative processes. Laura Murray mainly focused on her fieldwork during the Rio Olympic Games, talking about the intense moral panic that ensued in response to the existence of prostitution during the games. So, she asked, how do you resignify what prostitution is and how to tell of the experiences of prostitutes during mega events? She turned to a project called “What You Don’t See.” As stated in her presentation and visual handout given to the audience detailing the project, the exhibition “What You Don’t See: Prostitution As We See It” is intended to circulate narratives about sex work produced by sex workers during the 2016 Olympic and Paralympic Games in Rio de Janeiro. The mega-event in Rio de Janeiro provoked police crackdowns that disproportionately and violently targeted those involved in sexual commerce. The exhibition is a response to exclusionary strategies of urban reform and seeks to challenge stigmatizing discourses and vindicate sex workers’ right to the city. As part of “What You Don’t See,” sixteen sex workers from diverse contexts in Rio de Janeiro – including the street, brothels, bars, zonas, and internet – kept visual and audio diaries of their everyday experiences from August to September 2016. Overall, participants shared more than 1,500 photos, thousands of texts, and hundreds of audios through WhatsApp during the Games. Participants named the exhibition “What You Don’t see: Prostitution As We See It” to affirm their protagonist role, draw attention to their diverse subjectivities, and portray themselves as deserving of rights and respect for who they are and what they do.

Bio: Laura Murray é Professora Adjunta no Núcleo de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela fez pós-doc no Instituto de Medicina Social da UERJ onde desenvolveu pesquisas na àrea da Antropologia do Estado, da Sexualidade e da Saúde com foco nos temas de políticas públicas, burocracia, ativismo, HIV/AIDS e prostituição. Fez graduação em Political Science and Womens Studies de Wellesley College (2000), mestrado em International Health do Johns Hopkins University Bloomberg School of Public Health (2005) e doutorado no Medical Anthropology track do Department of Sociomedical Sciences – Columbia University (2015). Possui um certificado em Womens Studies do Institute for Research on Women and Gender (IRWAG) – Columbia University (2011), e foi um Gender, Sexuality, and Health Training Program Fellow no Sociomedical Sciences Department de Columbia University (2012-2013; 2014-2015). Foi Editora Executiva da revista Global Public Health de 2018-2020. Faz parte do Coletivo Davida, a Rede Brasileira de Prostitutas e é pesquisadora do Observatorio da Prostituição (LeMetro/IFCS e IPPUR/UFRJ). é editora da Metaxy: Revista Brasileira de Cultura e Política em Direitos Humanos e coordena o Laboratório de Pesquisa Direitos, Corporeidades e Políticas de Imagem (LaDCoPI) no NEPP-DH. Documentarista, é diretora e cinegrafista do documentário, “Um Beijo para Gabriela” sobre a Gabriela Leite (2013) e a exibição audio-visual, “O que você não vê: A prostituição vista por nós mesmas”.

 

Sonia Correa (IBEA)

Título: Sexuality Policy Watch (SPW) como plataforma de estudos globais: O que somos e como fazemos? 

Resumo: Sonia Correa is co-chair of Sexuality Policy Watch, a transnational and flexible platform that gathers researchers and activists to reflect on the many expressions of sexual policies of feminism, LGBTQAI+, sexual abuse policies and much more. They look at the different scales of sexual policy, using it as a point from which to observe social and global conflicts. This group is directly connected to Global Studies and the modern globalization era, growing in the transnational era between HIV response policies and the internationalization of feminisms. “As Amar said, we are the fruit of the global era that arose in the 90s. And of course, the way we do and exist is also a fruit of the digital revolution,” said Sonia. While this moment of modern globalization is indeed given proper importance, she made sure to note what had come before, highlighting the wide and long temporal elements of Global Studies. When thinking both about AIDS and feminist movements, transnationalization doesn’t begin there. With regards to AIDS, Sonia said we must not forget the history of tropical medicines, the fight against syphilis, which had global biomedical organizations shaping sexual policies. With feminism, we shouldn’t overlook the global and transnational struggles against slavery, servitude, capitalism, and struggles for free sexual expression. These struggles were, of course, global and transnational in nature as research informs us today, said Sonia. She also noted that this articulation of feminism is not just a product of a new era of globalization starting in the 1990s, but notes even the first United Nations World Conference on Women goes back to 1975. She notes, however, that this and the following Women’s Conferences “shouldn’t be seen as a starting point, but they are moments in which a transnational feminist policy was being condensed and taking a body.” She ended by acknowledging the complex relationship between methodological nationalism and a Global Studies framework, noting the difficulty in completely avoiding national studies and its focus on the nation state. However, this is not expected, as the state as a unit of analysis is so ingrained. “You cannot go around it, you cannot avoid it, but you can decentralize it (the nation state),” she said. 

Bio: Sonia Correa is a feminist activist and researcher from Brazil, working primarily on issues of gender equality, health and sexuality. Since 2002, she has co-chaired Sexuality Policy Watch (SPW), a global policy forum analysing global trends in sexuality related policies and projects. From 1992 to 2009, Corrêa was the research coordinator for sexual and reproductive health and rights at Development Alternatives with Women for a New Era (DAWN), a global South feminist network. In this capacity, as a civil society member, she was involved in the United Nations negotiations on gender and sexuality related issues at the 1994 International Conference on Population and Development (ICPD), the 1995 World Conference on Women, International Conference that has adopted the Yogyakarta Principles as one of 29 signatories and their respective reviews.

 

Sonia E. Alvarez (UMass Amherst) & Margaret Cerullo (Hampshire College)

Título: 13 Theses on Feminist Protest: A Manifesto

Resumo: Sonia and Margaret spoke as representatives of a protest collective, and their goal for some years now has been to make theory and think together on feminism and protest. Sonia introduced 13 theses on feminism and protest that the collective has released. In relation to the themes of this conference, Sonia said that it “challenges the idea that there is a directionality from north to south in the global dissemination of feminisms and that feminism, in fact, is also one of the futures, if not the future of the global studies field.” She notes that In Brazil and Latin America in general, people used to think that feminism was something coming from the North, something bourgeois, and unsuitable for South America. So they wanted to challenge this rationale and directionality and “insist that feminism did not originate among white Renaissance European women,” and instead point out that feminism had many origins; origins that overlap.

Bio: Sonia E. Alvarez é Professora Emérita de Ciências Políticas e Professora Emérita de Política e Estudos Latino-Americanos na Universidade de Massachusetts Amherst. Sua pesquisa se concentra em movimentos sociais e a política de protesto, feminismos comparativos e transnacionais e política e cultura latino-americanas, com foco no Brasil e no Cone Sul. É autora ou coeditora de oito livros e vários números especiais de revistas, sendo os mais recentes Quem São as Mulheres das Políticas para as Mulheres no Brasil? Vol. I, O Feminismo Estatal Participativo Brasileiro; Vol. II, Expressões Feministas nas Conferências Nacionais de Políticas para as Mulheres (2018); Beyond Civil Society: Activism, Participation, and Protrest in Latin America (2017); Translocalidades/Translocalidades: Políticas Feministas de Tradução nas Américas Latina/a (2014); e uma edição especial em duas partes da revista Meridians sobre “Feminismos afrodescendentes na América Latina” (2016). Ela publicou mais de cem artigos em jornais e capítulos de livros, muitos escritos em colaboração, e em português e espanhol, bem como em inglês, sobre temas como movimentos, política feminista, ONGs, sociedade civil, raça e racismo, ativismo transnacional e democratização. Alvarez é uma intelectual-ativista feminista, antirracista e de justiça social que participou de movimentos feministas latinos/de mulheres de cor nos Estados Unidos, bem como de movimentos de solidariedade, alterglobalização e outros esforços ativistas transnacionais. Desde a década de 1980, ela está conectada com movimentos feministas e de mulheres no Brasil, na América Latina e no mundo, enquanto realiza pesquisas sobre e com eles. Seu trabalho atual enfoca o protesto feminista, como assemblagens ativistas e os (des)encontros entre feminismo e antirracismo no Brasil. Alvarez co-coordena uma rede internacional de pesquisa-ação sobre feminismos e políticas globais de protesto no século 21, a “Colectiva Protesta”. Alvarez é ex-presidenta da Associação de Estudos Latino-Americanos e ex-diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos, Caribenhos e Latinos da UMass Amherst.

Margaret Cerullo has taught sociology and feminist studies at Hampshire College for 40 years. She has worked in Chiapas with the Zapatista movement since the late 1990smost recently co-editing Zapatista Stories for Dreaming An-Other World  (PM Press, 2022)  She is a member of the Colectiva Protesta, originating at the University of Massachusetts, Amherst in the 2010s, that has been analyzing contemporary feminist protest in the Americas.

Clara Araújo (UERJ) 

Título: Comparação e igualdade de gênero: exemplos de duas pesquisas e as desigualdades entre homens e mulheres

Resumo: A apresentação objetivou mostrar para alunos do Seminário a importância da pesquisa comparada e dos estudos empíricos com perspectiva comparada para a compreensão das relações sociais de gênero, sua história e estatuto atual.

Bio: Clara Araújo possui doutorado em Ciências Sociais pelo PPGSA/UFRJ. É professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais/UERJ e uma das coordenadoras do NUDERG/UERJ. É pesquisadora do CNPq-BP2, da Faperj – CNE e integra como pesquisadora o Observatório Nacional da Mulher na Política- Câmara dos Deputados. Suas áreas de pesquisa são Relações de gênero e representação política, e Articulação entre gênero, vida familiar e esfera pública. Há duas décadas se dedica ao estudo dos processos de adoção das cotas eleitorais por gênero no Brasil. Entre suas publicações recentes sobre o tema, estão, Araújo e Rodrigues “Judicialização da competição política e gênero: ação afirmativa nos Fundos Partidário e Eleitoral no Brasil”, RBCP, 2023; “Gênero e o acesso ao poder legislativo no Brasil: as cotas entre a instituição e a cultura” (reedição), in, L.F. Miguel (Org) Mulheres e representação política – 25 anos de estudos sobre cotas eleitorais no Brasil”, Porto Alegre: Zouk, 2021;  “Mulheres e os partido nas eleições de 1933”, in, A. Prestes (Org) “100 anos da luta das mulheres pelo voto – Brasil-Argentina e Uruguai”, 2021 AAraújo, Picanço, F e Cano, I “Onde as desigualdades de gênero se escondem?”, Gramma, 2019; . Piatti-Crocker; Shimidt, G.; Araújo, C.; “Gender Quota´s in South America´s Big Three, New York Lexington Books, 2017.

 

Módulo 6: Reimaginando a Mídia Global e a Comunicação Social além das Fronteiras

  • Beatriz Bissio (UFRJ)
  • Manaíra Athayde (Orfalea Center/UCSB)
  • Leonard Cortana (NYU)

Beatriz Bissio (UFRJ) 

Título: “Integração Sul-Sul através do jornalismo”: estudo de caso da atuação da revista Cadernos do Terceiro Mundo (1974-2006)

Resumo: A apresentação versou sobre a importância da comunicação, o monopólio exercido pelas grandes agências de notícias, e o exemplo da iniciativa de contribuir à democratização dos fluxos informativos levada adiante por uma rede de jornalistas, liderada por latino-americanos, de lançar uma revista que cobrisse, prioritariamente, o Terceiro Mundo, a partir de seus próprios profissionais, teóricos e ativistas. Essa revista foi Cadernos do Terceiro Mundo.

Bio: Beatriz Bissio é Vice-diretora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Associada do Departamento de Ciência Política e do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da mesma universidade. Doutora em História (Universidade Federal Fluminense / UFF). Sua tese de doutorado sobre a civilização árabe-islâmica clássica foi publicada pela Editora Civilização Brasileira com o título “O mundo falava árabe”. O livro também foi lançado em versão digital (e-book). Beatriz Bissio trabalhou como jornalista internacional, como correspondente de vários meios de comunicação latino-americanos e como fundadora, editora e, posteriormente diretora das revistas Cadernos do Terceiro Mundo (1974-2006), Ecologia e Desenvolvimento (1991-2006) e Revista do Mercosul (1992-2006). Durante três décadas cobriu acontecimentos na América Latina, África e Ásia – em especial no Oriente Médio e na África (guerra de libertação e independência de Angola e Moçambique; luta contra o apartheid na África do Sul, questão palestina israelense, guerra no Líbano, crise na Somália, no Iraque, conferências do Movimento dos Não Alinhados (Cuba, 1979) e das Nações Unidas (Beijing, 1995), etc. Entrevistou personalidades como Fidel Castro, Omar Torrijos, Velasco Alvarado, Nelson Mandela, Agostinho Neto, Samora Machel, Joaquim Chissano, Julius Nyerere, Robert Mugabe, Yasser Arafat, Muamar Khadafi, Saddam Hussein, Ben Bella, Xanana Gusmão, José Ramos Horta, Eduardo Galeano, Rigoberta Menchú, Mercedes Sosa, etc. Publicou centenas de artigos em diversos jornais e revistas da América Latina, Europa, EUA e África, além de colaborar com agências de notícias internacionais e emissoras de rádio e TV latino-americanas. Uruguaia, naturalizada brasileira, viveu na Argentina, Peru, México e Portugal. Recebeu vários prêmios, entre os quais o da Fundação Vladimir Herzog e o “Golfinho de Ouro” de jornalismo (2000), a “Medalla da Vitória”, concedida pelo então Ministro da Defesa, Celso Amorim, em 2013 e a Medalha Abreu e Lima, da Casa da América Latina e do Instituto José Martí, em 2015. Em 2011 ingressou na vida acadêmica, na UFRJ, através de concurso público, onde atua até o presente.

 

Manaíra Athayde (Orfalea Center/UCSB)

Título: O que Frida Kahlo e Clarice Lispector podem nos ensinar sobre os Estudos Globais?

Resumo: Esta comunicação procura mostrar como abordagens dos Estudos Globais podem ser utilizadas em projetos das Humanidades, abrindo novos caminhos a partir de perspectivas interculturais e transnacionais, linhas de pesquisa comparatistas e desenvolvimento de pensamentos crítico e criativo. Além disso, discute-se como o repertório dos Estudos Globais pode ser ampliado pelos estudos midiáticos e literários, especialmente no campo das Humanidades Digitais. Para tanto, serão focos de análise as produções de conteúdos digitais no Brasil e no México, examinando-se como a imagem e a obra da escritora brasileira Clarice Lispector (1920-1977) e da artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954) têm sido utilizadas para transformá-las em dois grandes fenômenos da mídia global nas últimas décadas. Através deste estudo de caso, analisa-se como projetos transdisciplinares e perspectivas transnacionais podem produzir abordagens criativas, dinâmicas e engajadas no que diz respeito a fenômenos literários e culturais, encorajando-nos a criar conexões, relações e analogias entre diversas culturas, lugares e tempos.

Bio: Manaíra Aires Athayde é Diretora Executiva do Orfalea Center for Global & International Studies da University of California, Santa Barbara (UCSB). Foi professora do Programa de Estudos Latino-Americanos e Ibéricos da mesma instituição. Antes dessa posição, foi pesquisadora visitante na Universidade de Stanford (Califórnia) e professora visitante na Universidade de Salamanca (Espanha) e da Universidade Federal de São Carlos (Brasil). Concluiu o doutorado em Materialidades da Literatura (Ramo: Estudos Literários e Estudos de Mídia) pela Universidade de Coimbra (Portugal). A sua tese de doutorado foi distinguida com o Prémio Científico Mário Quartin Graça 2018 pela Casa da América Latina em Portugal. Editou o livro Literatura Explicativa: Ensaios sobre Ruy Belo (Assírio & Alvim, 2015) e integrou a equipe de produção do documentário Ruy Belo, era uma vez (RTP, 2014). Seus interesses de pesquisa e ensino incluem estudos de literatura e mídia, literatura comparada, estudos culturais, pesquisa em arquivos e humanidades digitais.

 

Leonard Cortana (NYU)

Título: Documentary social impact campaign: Re-defining impact within transnational mediatic dynamics

Resumo: Leonard spoke about what’s known as a documentary social impact campaign. For a documentary, this would promote social change by launching advocacy initiatives and calls to action based on the social issues the film addresses, accompanying the marketing campaign, which Leonard said could be contradictory elements. He talked about two documentary films, “Murder in Paris: The Assasination of Dulcie September,” and “Welcome to Chechnya: Inside the Russian Republic’s Deadly War on Gays,” though he mainly focused on Murder in Paris, as he was involved in the impact campaign and shared his actions around the film. He stressed the need for social impact campaigns to draw from global experts who can first challenge this global North and global South dynamics, such as concerns regarding ethical collaborations that go with network building in film distribution.

Bio: Leonard Cortana earned a double degree in Comparative Politics (Science Po Aix en Provence), Spanish and Latin American Studies, and the European Commission NOHA Masters in International Humanitarian Assistance. He also received a BA in Cinema and Aesthetics from Panthéon Sorbonne University. In 2019, he became a Research Fellow at the Berkman Klein Center Internet and Society at Harvard Law. He is currently a Dissertation Scholar at the Black Studies Department at the University of California Santa Barbara. He taught undergraduate courses at NYU, Emerson College, and UCSB. Prior to NYU, he conducted several artistic and educational projects with non-profits and UN agencies. He became a Trainer for European Commission Youth Program projects and designed methodologies in theatre and storytelling for social inclusion for youth workers. Cortana is also a documentary filmmaker. His last documentary Marielle’s Legacy Will Not Die, follows activist movements spreading the intersectional legacy of Afro-Brazilian activist and politician Marielle Franco in Rio de Janeiro, Brazil. He actively participates in the social campaign #JusticeforDulcie to re-open the investigation into Dulcie September’s murder in Paris and will be the curator of the 2022 Quibdo Africa Film Festival (Colombia-Namibia).

Módulo 7: Políticas Sociais, Desigualdades Sociais e a Importância de Perspectivas Comparatistas Globais

  • Maira Covre (UERJ)
  • Leonardo Souza Silveira (UERJ)
  • Raquel Emerique (UERJ)

Maira Covre (UERJ)

Título: Políticas Sociais, Desigualdades Sociais e a Importância de Perspectivas Comparatistas Globais: Estratégias Metodológicas

Resumo: Maira Covre presented part of the paper that she is jointly working on with previous panelist Clara Araujo on gender inequality. While Clara had addressed individual correlations, Maira addressed correlations between countries. This presentation was not only a showcase of some of the data analysis in their paper, but a presentation on how to utilize already existing data. She acknowledges that in the social sciences when we think of field work and field data, we think of our own collected data, but what about comparable data that already exist? She showed us data on an international level already available on various platforms, introduced us to these platforms and led us through how and what kind of analyses we can do with said data and platforms. 

Bio: Maira Covre é Professora do departamento de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPCIS/UERJ). Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Desigualdades Contemporâneas e Relações de Gênero (NUDERG). Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Leuven (KULeuven – 2014), na Bélgica. Pesquisa as relações de gênero, o status e as violências sofridas pela mulher e em diferentes contextos, como nos diversos tipos de família, no mercado de trabalho e na educação, no Brasil e na América Latina. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (1998), mestrado acadêmico em Análise Quantitativa aplicada às Ciências Sociais, pela Universidade de Leuven (2011) e mestrado profissional pela Fucape (2007). Mãe de duas crianças, esteve em licença maternidade de janeiro a maio de 2012 e de maio de 2016 a fevereiro de 2017.

Leonardo Souza Silveira (UERJ)

Título: Desigualdade de Renda em Nível Global

Resumo: Na apresentação, abordou-se os potenciais e os limites das análises globais e locais sobre a desigualdade de renda. Brevemente, há fluxos transnacionais e relações entre nações e outros entes que impactam no nível de desigualdade entre e dentro dos países. Ao mesmo tempo, importantes ferramentas de combate à desigualdade se encontram nos entes nacionais. Portanto, em que medida o nível global e o local interagem? Nesse sentido, apresentou-se as principais hipóteses sobre concentração e distribuição de renda nas teorias econômicas e, principalmente, sociológicas – como, por exemplo, a hipótese da “curva de Kuznets”, bem como contraposições ou releituras feitas por autores contemporâneos, como Thomas Piketty, Pedro Souza e Branko Milanovic. Por fim, a apresentação traz o caso do Brasil, dos Estados Unidos, e de alguns países da Europa e da Ásia como ilustração, além das consequências entre ambos os níveis, local e global.

Bio: Leonardo Souza Silveira é Professor Adjunto do Instituto de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisador associado ao Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial do Cebrap (Afro-Cebrap). Tem como principais interesses desigualdades raciais no mercado de trabalho e em sistemas educacionais, classificação racial e relações de família e gerações.

Raquel Emerique (UERJ)

Título: Estados-nacionais e a construção dos sistemas escolares

Resumo: Raquel Emerique spoke on how a global studies perspective could properly address educational issues, especially educational inequality. She discussed the historical rationale for education and educational models as it relates to nation building. The state led this effort, education used as a means of socialization, education as a means of providing social mobility. Although education and educational systems are proposed as a solution to inequality, we see that education itself can even promote inequality, not just within but also between countries. So she focused on comparative studies and comparative research approaches on education as a global approach. 

 

Bio: Raquel Emerique é Doutora em Ciências Sociais pelo PPCIS/UERJ, Rio de Janeiro. É co-autora do livro didático Tempos Modernos, Tempo de Sociologia, aprovado três vezes no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2012; PNLD 2015 e PNLD 2018) e 3º lugar no Prêmio Jabuti de 2010, categoria livro didático. Atuou como pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, no Programa FGV Ensino Médio coordenando as atividades de produção de conteúdo didático para o Portal FGV Ensino Médio Digital. Atualmente é professora e chefe do Departamento de Sociologia do Instituto de Ciências Sociais da UERJ. É vice-líder do Grupo de Pesquisa Ciências Sociais e Educação (GPCSE) e membro do Grupo de Pesquisas Imagens, Narrativas e Práticas Culturais (INARRA). Foi coordenadora de área do Núcleo PIBID-Sociologia UERJ (2018-2020). Coordena projetos de Iniciação à Docência e de Extensão da UERJ. Possui experiência na área de Sociologia da Educação, Formação de Professores e Ensino de Sociologia.